Camaradas,
Escrevemos em nome da União Popular Anarquista (UNIPA), organização revolucionária do Brasil, para conclamar o apoio internacionalista e ao mesmo tempo fazer a denúncia dos sindicatos e centrais sindicais que estão cumprindo um papel reacionário diante do levante popular.
O Brasil, desde o dia 17 de junho vivencia um verdadeiro levante popular. Os trabalhadores e estudantes, a juventude pobre estão nas ruas. Temos um manifestante morto. Denuncias de abuso sexual contra jovens manifestantes. A política atropelando manifestantes com veículos motorizados. Mesmo com o uso de armas de fogo (4 jovens foram baleados) os protestos não recuam. Os trabalhadores avançam sem armas contra a polícia, que porta armas de fogo e blindados. Um hospital onde manifestantes se refugiavam foi atacado a balas de borracha e bomba. Mas essa repressão do Estado nós estamos prontos para enfrentar. O que não toleramos é a deserção e traição das centrais sindicais.
Entretanto as centrais sindicais estão traindo os protestos. Não somente não tomam parte nos combates de rua, mas estão denunciando em jornais como vândalos e criminosos os trabalhadores que resistem contra à agressão e abuso de autoridade. A CUT, a CSP-CONLUTAS, a CTB e os partidos políticos estão fazendo uma denuncia pública dos ?radicais e dos anarquistas? como criminosos, preparando assim a legitimação do Estados fascista e se de sua ação repressiva.
As grandes corporações de mídia (jornais, tv´s e rádio) estão incitando a violência contra os radicais. Falam de vândalos e manifestantes pacíficos. Esses últimos seriam os que teriam direito dentro da democracia. Os primeiros seria criminosos comuns. Mas aqueles que estão nas barricadas podem testemunhar: a palavra que anima essa juventude é resistência e revolução.
Agora mesmo as organizações e centrais estão trabalhando para desmobilizar os protestos. Incorrem no mais infame dos trabalhos.
Camaradas, é fundamental que os companheiros saibam desses acontecimentos e que manifestem sua solidariedade pública.
Camaradas é fundamental que a solidariedade internacionalista se faça ouvir. Precisamos que os trabalhadores da Europa e do mundo digam sua palavra de apoio irrestrito aos que resistem nas ruas, enfrentando a morte e a brutalidade policial. Estamos sendo abandonados, traídos e atacados pelos dirigentes que deveriam estar na linha de frente.
Nesse sentido conclamamos os companheiros:
1) Organizarem atos nas embaixadas e consulados do Brasil, em defesa do direito de resistência, denunciando que os trabalhadores que resistem no Brasil não são vândalos, mas que são reconhecidos como legítimos combatentes do proletariado pelas organizações internacionalistas
2) Fazer uma campanha de pressão junto à imprensa brasileira e internacional, denunciando a criminalização dos movimentos de ação direta no Brasil e pela liberdade aos presos políticos e retirado dos processos criminais.
Esse apoio internacionalista é urgente. Escrevemos do Brasil e diretamente das barricadas onde estamos na linha de frente, tendo o inimigo a nossa frente e infelizmente também a nossa retaguarda.
Anarquismo é Luta!
O Povo Vencerá!
União Popular Anarquista (UNIPA)